O tempo

sábado, 24 de julho de 2010

Estou a três meses trabalhando em um navio de cruzeiros, foram 3 meses tentando entrar para esse ramo e três meses de experiência para descobrir que não quero mais. Ao todo passei 6 meses com a cabeça meio fora do lugar, metade do tempo pensando quero ir, quero ir e metade do tempo pensando quero voltar, voltar... Foi” matematicamente” uma brata
Os primeiros 10 dias foram foda! O pé não se agüentava no chão, agora tenho uma casca protetora que me da sustentabilidade nos pés. Tentava dormir com as pernas pro alto, pra passar a dor, agora as varizes começaram a se tatuar na minha pele.
Os amigos que se fizeram aqui me ajudam muito, alguns que já se foram, realmente foram, assim como esses que deixarei por aqui. Nem tudo é passageiro, existe tripulante também rsrs.
Eu não me sinto uma perdedora em abandonar esse barco, me sinto uma perdedora de tempo longe da minha maior felicidade, a minha vida, a minha casa, a minha mãe.
Essa vida é pra malucos, filhos revoltados e órfãos aventureiros, que não tem nada a deixar pra trás.
Eu conheci em três meses um interessante pedaço do mundo, Egito, Turquia, Espanha, Portugal,Inglaterra, Lituânia, Letonia, Noruega, Monaco, tantos que já nem me lembro, talvez porque a oportunidade para conhecer era com pouco tempo e pouco tenho a contar desses lugares, uma ilusão.
Aqui eu vivo no trabalho, se extravasar, estou no trabalho, se quiser relaxar, estou no trabalho e se perder a hora dormindo...Estou no trabalho, loucura não! Cada vez que me amarro em alguém essa pessoa é transferida, cada vez meus amigos vão aos montes pra casa. Difícil...
Vou aproveitar cada porto e mamagaiar o suficiente pra ter força de continuar. Cada festa e cada amigo, e cada cabine, vou caprichar, quero que me peçam pra ficar, hehehe. Olha que legal e vou juntar um din din, voltar pra casa não no final do meu contrato mas no tempo que as coisas devem acontecer.

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